Rebaixar o carro já está liberado, mas há limites na alteração

Divulgação/Nota 10 Suspensões / Os carros com suspensão alterada terão que passar por uma inspeção em órgão credenciado pelo Inmetro. Antes da mudança, motorista precisa pedir autorização do Detran-PR
Os carros com suspensão alterada terão que passar por uma inspeção em órgão credenciado pelo Inmetro. Antes da mudança, motorista precisa pedir autorização do Detran-PR

Contran permite apenas suspensão fixa. Quem já tinha alterado poderá regularizar a situação. Seguradoras devem continuar a não fazer cobertura

Publicado em 04/05/2008 | Roberto Couto

Desde a última quinta-feira (1.º de maio), o motorista que quiser mexer na suspensão estará liberado tanto para baixar a altura do carro como para elevá-la, desde que o sistema usado não seja regulável. Até então, apenas veículos utilitários podiam ter a suspensão alterada.

Para isso, o proprietário do veículo deverá pedir autorização prévia ao Detran-PR antes de fazer a modificação e, em seguida, submeter o automóvel à inspeção em um dos organismos credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), que por sua vez irá emitir um Certificado de Segurança Veicular. A resolução 262 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que liberou a alteração neste tipo de característica do carro, ainda exige que a nova altura seja especificada no documento do carro, que precisará ser refeito.

Fique atento

A resolução 262 do Contran liberou apenas rebaixar ou elevar o carro com suspensão fixa. Outros sistemas continuam proibidos:

LIBERADO

Fixa – Se for esportiva, é mais baixa que a suspensão original do veículo entre 3 cm e 7 cm. Nos veículos off-road, será possível elevar a suspensão. É trocada apenas a mola original do carro.

PROIBIDO

A Ar – Sistema regulável em até 12 cm. Basta o motorista apertar um botão que a suspensão sobe ou desce. É adaptado um sistema de air-bag no lugar das molas originais e essas bolsas oscilam levantando e abaixando o carro.

Com rosca – Sistema manual que também permite elevar em até 12 cm. O prato da mola é trocado por um que oscila em um tubo de rosca, tanto para cima como para baixo. Como tudo será feito manualmente, o veículo precisa ser levantado.

Mas há restrições na modificação do veículo. Segundo Cícero Pereira da Silva, coordenador de Registro de Veículos do Detran-PR, será possível usar apenas suspensão fixa (esportiva, por exemplo) para fazer a alteração. Ou seja, os sistemas móveis de rosca (com mudança manual) e a ar (através de um controle no painel) continuam proibidos.

E uma boa notícia para quem já tinha o carro com a suspensão alterada é que a pessoa poderá regularizar a situação do veículo junto ao Detran-PR. Mas o coordenador de Registro de Veículos do órgão estadual explica que o dono do carro terá que apresentar as notas fiscais das peças e dos serviços utilizados. Silva lembra que circular com a suspensão rebaixada ou erguida – agora não devidamente regularizada – é uma infração grave. Neste caso, o motorista estará sujeito a pagar uma multa no valor de R$ 127,69 e perder cinco pontos na carteira.

Seguro

A decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de liberar a alteração na suspensão não deve mudar a posição da maioria das seguradoras de não fazer a cobertura para os carros com este tipo de modificação. Segundo Ramiro Fernandes Dias, diretor executivo do Sindicato das Empresas de Seguro do Paraná (Sindiseg-PR), as empresas que atuam no setor ainda vêem com cautela as novas normas. Ele lembra que é comum a prática de cortar ou aquecer as molas originais da suspensão para rebaixá-la, o que aumenta consideravelmente os riscos de acidentes como a perda de controle do carro e desgaste das peças da suspensão.

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Confira mais informações sobre mudanças na suspensão e a regularização:

Serviço

A instalação de suspensão para alterar a altura do carro leva, em média, 3 horas, conta Carlos Eduardo Branco, proprietário da Nota 10 Suspensões, empresa especializada em Curitiba.

Inspeção

Durante a avaliação que será feita por empresa credenciada pelo Inmetro, o carro com a suspensão alterada será colocado num aparelho que simula as oscilações que a carroceria sofre na estrada, o que irá indicar se a suspensão está funcionando corretamente. Segundo Rubem Penteado de Melo, engenheiro da Transtech Ivesur Brasil, um dos organismos credenciados em Curitiba, se o veículo não estiver funcionando dentro de determinados parâmetros, ele não irá receber o Certificado de Segurança Veicular.

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