Motorista acusa Detran de retirar peças do carro
18/07/2008 | Amanda de Santa
O desempregado Marcos Ferreira da Cruz, 30 anos, acusa o Detran de ter retirado alguns acessórios do carro de seu irmão, uma Parati ano 1989, placas AEQ-7325, que havia sido apreendida há cerca de 120 dias por irregularidades na documentação. Cruz ficou surpreso ao procurar o Detran na última terça-feira para regularizar a situação do veículo.
“Quando cheguei lá, vi que haviam tirado a bateria e outros acessórios do carro, além disso, rasuraram o chassi com uma furadeira”, contou. Segundo Cruz, funcionários do Detran o informaram de que foi a comissão de leilão de Curitiba que retirou a bateria, amparados por uma lei.
Ele levou o carro a um pátio próximo ao Detran porque não pode circular com a Parati enquanto o órgão não enviar uma autorização para remarcar o carro.
“Eu me sinto lesado pelo Estado, pois até o dia do leilão eles têm que respeitar aquilo que é nosso”, desabafou. Cruz disse que a polícia fez documento onde foram listadas todas as peças do veículo no momento da apreensão. “Mas eu não encontrei o carro da mesma forma”, afirmou.
Equívoco
O presidente da comissão de leilão do Detran de Curitiba, Samuel Torquato, admitiu que o dono do veículo pode ser ressarcido se for comprovada a retirada das peças. Para isso, é preciso que o proprietário entre em contato com o chefe do Detran em Londrina, Kenji Miyazaki, para que ele verifique o problema e faça um protocolo pedindo o ressarcimento. “Como o serviço de vigilância é terceirizado, nós nunca estamos imunes a esse tipo de situação. Mas se isso realmente ocorreu, o Detran vai responder pelo prejuízo”, garantiu Torquato.
Já a retirada da bateria é um procedimento normal, afirmou. Isso acontece porque o carro fica muitos dias exposto ao sol e à chuva e a bateria é um material radioativo que prejudica o meio ambiente. Mas o correto, segundo Torquato, é identificar a peça e guardá-la na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) local para que ela possa ser devolvida ao proprietário.
“Provavelmente, houve um equívoco da comissão em relação a essa peça, pois ela só pode ser removida depois de ir a leilão”, admitiu Torquato. Segundo ele, a comissão já entrou em contato com o Detran de Londrina para saber qual a marca da bateria e fazer a devolução. “Vamos avaliar se compensa devolvermos a peça que foi retirada ou reembolsar o valor ao proprietário”, disse.
Procedimento Rasura em chassi é legal
Sobre o chassi da Parati, o presidente da comissão de leilão do Detran, Samuel Torquato, explicou que a lei determina que ele seja rasurado. “Na verdade, a lei manda picotar a numeração. Nós usamos a furadeira e sempre deixamos três números, caso seja preciso identificar o veículo posteriormente”, explicou. Como a Parati não foi levada a leilão e nem baixada no sistema nacional, ele disse que a numeração vai ser reativada novamente.
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