Simulador de direção não será obrigatório
Câmara rejeita proposta que estabelecia o uso do equipamento em autoescolas. Projeto tramitava há quase dois anos no Congresso
Publicado em 10/04/2014 | Das Agências
O uso de simulador de direção em autoescolas não será
obrigatório, como previa projeto em tramitação no Congresso há quase
dois anos. A proposta que estabelecia a obrigatoriedade em todo o país
para quem quer tirar a carteira de motorista (PL 4.449/12) foi rejeitada
pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. As informações
são da Agência Brasil.
A ideia inicial do autor do projeto, Mauro Lopes (PMDB-MG), era
obrigar autoescolas a comprar esses equipamentos para fazer as
simulações antes do início das aulas práticas de direção. Recorrendo a
estatísticas sobre acidentes de trânsito, Lopes defendeu que o uso de
simuladores “tem sido a principal ferramenta para o treinamento na
aviação e pode contribuir, da mesma forma, para o treinamento dos
candidatos à habilitação ou daqueles que pretendem mudar de categoria”.
Deputados do colegiado defenderam que não é constitucional criar um
gasto adicional ao setor e votaram favoravelmente ao parecer contrário
ao projeto apresentado pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO). O relator
reconheceu que quase 40 mil brasileiros morrem por ano e milhares de
pessoas ficam com sequelas graves em decorrência de acidentes de
trânsito, o que representa um custo de mais de R$ 30 bilhões aos cofres
públicos. Mas o parlamentar alertou que, mesmo que os simuladores possam
criar situações de risco como neblinas e chuvas fortes, não existe um
estudo que comprove que o uso desses equipamentos pode reduzir
acidentes.
“A proposição ainda fere o princípio da livre-iniciativa. As chamadas
autoescolas, em grande parte, são pequenos empreendimentos com
dificuldades para arcar com o custo de aquisição dos caros equipamentos
simuladores”, ressaltou.
Segundo ele, os gastos atuais com a compra e a manutenção de veículos
para as aulas e o pagamento de funcionários e instrutores já
comprometem o caixa das autoescolas. “A obrigatoriedade poderá tornar
inviável a atividade para muitos desses empreendedores. O preço de um
simulador homologado pode chegar a R$ 20 mil.”
A proposta foi aprovada em caráter conclusivo e não precisa passar
pelo plenário, a menos que haja recurso para que isso ocorra. Há
possibilidade de que um requerimento seja apresentado para levar o texto
a plenário, já que a aprovação do relatório na CCJ não foi unânime.
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